terça-feira, 27 de dezembro de 2011

FELIZ 2012!!

Queridos amigos e seguidores,

Muito Obrigada pelo carinho e apoio que encontrei em todo decorrer deste ano que está findando!
Muitas conquistas, novos aprendizados e muito crescimento!

Assim, desejo a todos um ano de 2012 muito próspero e que o espírito de Natal, que é harmonia, paz,e amor permaneçam em cada dia deste novo ano que pré-anuncia-se!

Quero agradecer por neste último mês tantas conquistas realizadas, e que mostra que o caminho a ser seguido é este! Muito Obrigada!
             Élida


Fotos 1 e 2 - Curso de Paralisia Cerebral! Obrigada Dr. Lauro Machado Neto e Dr. Luciano Dias (ortopedistas pediátricos) pelo convite e oportunidade!
Foto 3- Festa de encerramento do ano do INTERABILITA! Obrigada crianças, pais, colegas e colaboradoras pela oportunidade de participar um pouco da vida de vocês e poder contribuir para o bem-estar de todos!
Foto 4 - Curso de Pilates Formação concluído! Obrigada Inst. Korpus, de NH e obrigada Prof. Dra. Maribel Schmidt (fisioterapeuta) e sua equipe pelos conhecimentos ensinados!
Foto 5, 6, 7, 8, e 9 - Visita do INTERABILITA aos jogadores do Internacional! Obrigada Assist. Social Patrícia Vasconcellos e o técnico do Inter, Dorival Jr pelo convite e apoio!

E obrigada a Deus por tudoo, pela família que tenho e que me apoia,  e pela missão dada!
Muita Luz e Paz!








domingo, 20 de novembro de 2011

Está se aproximando o dia do Curso de Paralisia Cerebral no HMV!

Este importante encontro terá a presença do Dr. Luciano Dias de Chicago - USA, e ocorrerá nos dias 09 e 10 de dezembro de 2011 no Anfiteatro Schwester Hilda Sturm no 4˚ andar do bloco hospitalar do próprio Hospital Moinhos de Vento.
Participarei deste evento com a conferência sobre Treino de Força em Reabilitação na Paralisia Cerebral.
Até lá!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pilates e Seus Princípios Essenciais


Os exercícios de Pilates: Mat, com Bolas e no Aparelho são compostos por princípios essenciais, importantes para sua execução. Há nove tópicos elementares, que aqui serão abordados:

Relaxamento
Concentração
Respiração
Controle
Centralização
Fluxo
Precisão
Coordenação

Relaxamento - É o ponto inicial para execução dos movimentos de Pilates, em que se aprende a identificar e liberar as áreas de tensões, desligando os músculos que estejam sendo utilizados demais.

Concentração - Advém do relaxamento, é importante para que o aluno tenha a capacidade proprioceptiva do seu corpo, desenvolvendo a resposta sensorial ou sinestesia do corpo, ou seja, que ele saiba onde se encontra no espaço e o que ele faz com cada parte do seu corpo.

Alinhamento - O corpo deve estar na posição neutra, ou seja, pelve e espinha alinhadas.

Respiração - é a alimentação do corpo e do cérebro. Ela deve ser realizada para baixo do diafragma, pois quando você faz a respiração profunda, você está trabalhando grandes regiões internas do corpo. O oxigênio que entra para dentro do corpo, também é considerado como rejuvenescedora força vital. Através da respiração, pode-se amenizar, diminuir e até desaparecer a dor, assim sendo ela gera o equilíbrio do corpo.

Controle - Ao executar os exercícios de Pilates todos os movimentos são controlados. Este controle significa que as partes do corpo corretas estão sendo ativadas. O controle e a precisão estão correlacionados. Assim, os movimentos devem ser executados lentamente como se fosse uma meditação, com o uso da respiração, coordenação, controle e precisão, o que ocasiona um menor, ou seja, limitado número de repetições.

Centralização -  É perceber que existe uma enorme região interna do corpo que faz todo o controle. É ativada no uso da musculatura contínua em torno da coluna vertebral e a parte frontal do ílio, é chamada de CENTRO. Esses músculos sustentam o tronco, os órgãos internos e os mantém eretos.

Fluxo - É planejado para ser suave, natural e rítmico. Origina-se de um centro forte, e flui de forma lenta, suave e controlada, na qual os músculos são ativados, aquecidos, assim alongando e aumentando o espaço entre as vértebras.

Precisão - Os exercícios de Pilates são realizados com precisão, o que garante o movimento executado de forma correta.

Coordenação - é importante pois estabelece a relação do cérebro e do corpo.

 



Assim, Pilates é um programa de condicionamento físico e mental, para educação da mente e do corpo. A execução dos movimentos agregados a estes princípios fundamentais, permitirão a você, então flexibilidade, mobilidade, força e bem-estar.
Referências Bibliográficas:
1.Ackland, L. - Pilates -Modele seu Corpo e Transforme Sua Vida,
2.Robinson, L.; Napper, H. Exercícios Inteligentes com Pilates e Yoga


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

AQUISIÇÃO DA MARCHA INDEPENDENTE EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL, ATRAVÉS DO USO DA ESTEIRA ERGOMÉTRICA, COM SUPORTE COPORAL (BWSTT- Body Weight Supported Treadmill Training). PARTE II

Autoras:
*Élida dos Santos, Fisioterapeuta
**Nadia Cristina Valentini,  Mestre e Doutora.Professora da Disciplina de Desenvolvimento Motor da Faculdade de Educação Física da ESEF/UFRGS.

Em continuação, a última postagem, a utilização da esteira ergométrica também tem sido vista, em pesquisas para promover o desenvolvimento motor, como uma intervenção precoce mais eficaz, em crianças ou pacientes com disfunções neurológicas ao nascimento, como a Síndrome de Down e a Paralisia Cerebral.


Um exemplo disso são os estudos realizados por Ulrich e colaboradores (2008) com o uso da esteira ergométrica nas crianças com Síndrome de Down (SD) nas últimas décadas. Em 1992, 11 bebês com SD produziram passos coordenados alternados, quando sustentados pelos braços em cima da esteira e que os passos aumentaram sobre um tempo desenvolvido. Em 2001, foi realizado outro estudo em que a esteira é utilizada como promessa de potencializar a intervenção precoce nos bebês com SD.
Ulrich e seus colaboradores (2008) verificaram os efeitos da intensidade no treinamento da marcha na esteira, a fim de determinar o início da habilidade do desenvolvimento locomotor funcional. Através de dois protocolos de alta e baixa intensidade, 36 crianças com SD com 10 meses de idade foram divididas aleatoriamente e comparadas. Os resultados demonstraram a efetividade da esteira, em comparação com a fisioterapia tradicional; ambos os grupos aumentaram a freqüência dos passos; a aquisição da marcha independente deu-se para o grupo de baixa intensidade em média de 21.3 meses e para o grupo de alta intensidade, em média de 19.2 meses. Sendo assim, os marcos motores no grupo de alta intensidade iniciou mais cedo do que no grupo de baixa intensidade. 
         Com relação a Paralisia Cerebral, a esteira ergométrica foi também utilizada como um modo interventivo. A esteira utilizada foi a Lokomat Gait Orthosis, que foi desenvolvida no Centro de Lesão Medular do Hospital da Universidade de Balgrist, Zurique, Suíça, a fim de melhorar a automação da neuro-reabilitação na esteira ergométrica.  Os resultados desse estudo mostraram, em termos motivacionais e de aprendizado motor, que houve uma significativa melhora na progressão da marcha, com relação à motivação dos cenários mostrados, principalmente com o cenário do futebol (KEONIG e col., 2008).

            Por outro lado, a utilização e a importância da esteira também têm sido relatadas na análise da marcha, sendo analisado então a freqüência e o comprimento do passo, a duração do ciclo de passo e o controle postural em crianças e adultos com desenvolvimento típico. Nestes estudos foi demonstrada uma assimetria maior na duração do ciclo da marcha nas crianças, já os adultos adaptaram-se as diferentes velocidades de maneira mais linear. Também se conclui que a coordenação entre crianças e adultos é similar, porém os adultos têm mais tempo no duplo suporte (ZIJLSTRA e colaboradores, 1995).
          Holt e colaboradores (1999) observaram a estabilidade da cabeça em crianças com Paralisia Cerebral e em crianças e adultos sem comprometimento neurológico, a fim de relacionar o movimento da cabeça com as quedas, muitas vezes relatado em crianças PCs e idosos.  Esta relação da estabilização da cabeça ou quedas está associada ao controle postural, aos déficits vestibulares entre outras coisas.
         Portanto, vários estudos em pacientes com distúrbios neurológicos têm apresentado uma promoção de um treinamento locomotor mais eficiente, adquirindo respostas significantes em quatro aspectos básicos:1º) Quanto ao tempo que é menor, assim como na sua funcionalidade e independência do paciente, estimulando assim uma maior autonomia nas atividades diárias, e inserindo-os na sociedade novamente; 2º) Quanto à fisiologia da marcha, ou seja, a estrutura e dinâmica do passo e da transferência do peso. 3º) Quanto ao equilíbrio corporal: A organização postural é acionada à medida que o pé da criança é colocado sobre a esteira com a ajuda do fisioterapeuta; 4º) Pela facilitação do trabalho do fisioterapeuta, que auxilia a criança na execução do movimento.
           Assim,  treinamento de marcha na esteira com suporte corporal também oferece vantagens no treinamento da tarefa-orientada, através de repetições de um padrão de passo supervisionado (HESSE e col., 1995), através das práticas de tarefas-específicas, adaptando-as ao meio-ambiente ou a uma combinação destes fatores. Estas tarefas devem ser uma prática reiterada de significado, através de atividades funcionais ou componentes com atividade para aprender com mais efetividade e eficiência as habilidades motoras (CROMPTON, e col. 2007). 



Ver o texto completo:
 
   
 BIBLIOGRAFIA:
1.    BJORNSON KF; BELZA B; KARTIN D; LOGDSON R; MCLAUGHLIN JF. Ambulatory Physical Activity Performance in Youth With Cerebral Palsy and Youth Who Are Developing Typically. Physical Ther
apy. Volume 87. Number 3. December 1999.
2.    Cerebral Palsy http://www.cerebralpalsy.org
3.    Cerebral Palsy http://www.mayoclinic.com
5.    CALLEGARI-JACQUES S. Bioestatística – Princípios e Aplicações. Porto Alegre. Artmed, 2003.
6.    CERNAK K; STEVENS V; PRICE R; SHUMWAY-COOK A. Locomotor Training Using Body-Weight Support on a Treadmill in Conjunction with Ongoing Physical Therapy in a Child with Severe Cerebellar Ataxia. Physical Therapy. Volume 88. Number 1. January 2008.
7.    CHERNG RJ; LIU CF; LAU TW; HONG RB. Effect of Treadmill Training With Body Weight Support on Gait and Gross Motor Function in Children with Spastic Cerebral Palsy. Americal Journal Physical Medicine Rehabilitation. Volume 86: 548-55. 2007.
8.    CLARK, J.E. On Becoming Skillful: Patterns and Constraints. Research Quarterly for Exercise and Sport. Volume 66. Number 3, PP. 173-183. September 1995.
                   9. CORBETTA D; THELEN E. The Developmental Origins of Bimanual Coordination: A Dynamic Perspective. Journal of Experimental Psychology: Human Perception and Performance. 1996. Volume 22. Number 2. 502-522.
                  10. CROMPTON J; IMMS C; McCoy AT; RANDALL M; ELDRIDGE B; SCOULLAR B; GALEA MP. Group-Based Task-Related Training for Children with Cerebral Palsy: A Pilot Study. Physical & Occupational Therapy in Pediatrics. Volume 27. Number 4. 2007.
                 11. DAY JA; FOX EJ; LOWE J; SWALES BS; BEHRMAN AL. Locomotor Training with Partial Body Weight Support on a Treadmill in a Nonambulatory Child with Spastic Tetraplegic Cerebral Palsy: A Case Report. Pediatric Physical Therapy. Volume 16: 106-113. 2004.
                  12. HAYWWOD, KM; GETCHELL, N. Desenvolvimento Motor ao Longo da Vida. 3ª Ed. Artmed Editora. Porto Alegre, 2004.
                 13. HESSE S; BERTELT C; JAHNKE MT; SCHAFFRIN A; BAAKE P; MALEZIC M; MAURITZ KH. Muscle Tone Rated by the Modified Ashworth Spasticity Scale, and Gait Cycle Parameters. Stroke. Volume 26: 976-981. 1995. 
               14. HODAPP M; VRY J; VOLKER M; FAIST M. Brain Advance Access Originally. Changes in Soleus H-reflex Modulation After Treadmill Training in Children With Cerebral Palsy. Brain Volume 132 (1): 37-44. 2009.
               15. HOLT KG; RATCLIFFE R; JENG SF. Head Stability in Walking in Children and Adults without Neurological Impairment. Physical Therapy. Volume79. Number 12. December 1999.
                16. HORNBY TG; ZEMON DH; CAMPBELL D. Robotic-Assisted, Body-Weight-Supported Treadmill Training in Individuals Following Motor Incomplete Spinal Cord Injury. Physical Therapy. Volume 85. Number 1. January 2005.
              17. KAMM K; THELEN E; JENSEN JL. A Dynamic Systems Approach to Motor Development. Physical Therapy. Volume70, Number 12/ December 1990. 
               18. KOENING A; BRÜTSCH K; ZIMMERLU L; GUIDALI M; DUSCHAU-WICKE A; WELLNER M; MEYER-HEIM A; LÜNENBURGER L; KOENEKE S;  JÄNCKE L; RIENER R. Virtual Environments Increase Participation of Children with Cerebral Palsy in Robot-Aided Treadmill Training. IEEE Xplore. Downloaded on October 28, 2008 at 15:51 from IEEE Xplore.
            19. LEVITT, S. Treatment of Cerebral Palsy and Motor Delay. Second Edition. Oxford. Blackwell Scientific Publications, 1982.
            20. http://www.litegait.com
            21. MAC KAY-LYON M. Central Pattern Generation of Locomotion: A Review of the Evidence. Physical Therapy. Volume 82. Number 1. January 2002.
            22. MADER E; BUCHER D. Central Patter Generators and the Control of Rhytmic Movements. Current Biology. Volume 11: 986-996. 2001.
            23. MAGILL RA. Aprendizagem Motora – Conceitos e Aplicações. 5ª Edição. São Paulo. Edgard Blücher LTD,2000.
            24. O’SULLIVAN, SB; SCHIMITZ, TJ. Fisioterapia Avaliação e Tratamento. 2a edição. São Paulo. Manole, 1993.
           25. PAYNE, VG; ISAACS, LD. Human Development: A Lifespan Approach. 5th Ed. Mountain View, CA: Mayfield. 2002.
            26. PALISANO RJ; HANNA SE; ROSENBAUM PL; RUSSELL DJ; WALTER SD; WOOD EP; RAINA OS; GALUPPI BE. Validation of a Model of Gross Motor Function for Children With Cerebral Palsy. Physical Therapy. Volume 80. Number 10. October 2000.
            27. PINTO CMA; GOLUBSTKY M .Central Patten Genetors fo Bipedal Locomotion. Journal Mathematic and Biology. Volume 53:477- 489. 2006.
          
28. PROSSER LA.
Locomotor Training within an Inpatient Rehabilitation Program after Pediatric Incomplete Spinal Cord Injury. Physical Therapy. Volume 87. Number 9. September 2007.
          29. PROVOST B; DIERUF K; BURTNER PA; PHILLIPS JP; BERNITTSKY –BEDDINGFIELD A; SULLIVAN KJ; BOWEN CA; TOSER L. Endurance and Gait in Children With Cerebral Palsy After Intensive Body Weight-Supported Treadmill Training. Pediatric Physical Therapy.  Volume 19: 2-10. 2007.
        30. SCHILD MR; FORSTNER C; KERN H; HESSE S. Treadmill Training With Partial Body Weight Support in Nonambulatory Patients With Cerebral Palsy. Archives Physical Medicine Rehabilitation. Volume 81, March 2000.
        31. SPORNS O; EDELMAN GM. Solving Berstein’s Problem: A Proposal for Development of Coordinated Movement by Selection. Child Development. 1993. Number 64. 960-981.
         32. STOCKBURGER DW. Introductory Stastics: Concepts, Models and Applications. www.psychstat.smsu.edu/introbook/sbk27.htm
         33. STOKES, M. Neurologia para Fisioterapeutas. 2a edição. São Paulo. Premier, 1994.
         34. RUSSEL DJ; AVERY LM; ROSENBAUM PL; RAINA OS; WALTER SD; PALISANO RJ. Improved Scaling of the Gross motor Function Measure for Children With Cerebral Palsy: Evidence of Reability and Validity. Physical therapy. Volume 80. Number 9. September 2000. 
         35. TECKLIN, JS. Fisioterapia Pediátrica. 3ª Ed. Editora Artmed. Porto Alegre, 2002.
         36. THELEN E; CORBETTA D; SPENCER JP. Development of Reaching During the First Year: Role of Movement Speed. Journal of Experimental Psychology: Human Perception and Performance. 1996. Volume 22. Number 5. 1059-1076.
         37. THELEN E; SMITH LB. A Dynamic System Approach to Development of Cognition and Action. Ed. Press/Bradford, 1993.
         38. ULRICH DA; LLOYD M; TIERNAN CW; LOOPER JE; ANGULO-BARROSO RM. Effects of Intensity of Treadmill on Developmental Outcomes and Stepping in Infants With Down Syndrome: A Randomized Trial. Physical Therapy. Volume 88. Number 1. January 2008.
         39. ZIJLSTRA W; PROKOP T; BERGER W. Adaptability of Legs Movements during Normal Treadmill Walking and Split-Belt Walking in Children. Gait & Posture. Number 4. 1996. 212-221.
         40. WORCESTER S. Treadmill Improves Gait in Cerebral Palsy Patients. Family Practice News. November 15 2006.





terça-feira, 23 de agosto de 2011

AQUISIÇÃO DA MARCHA INDEPENDENTE EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL, ATRAVÉS DO USO DA ESTEIRA ERGOMÉTRICA, COM SUPORTE COPORAL (BWSTT- Body Weight Supported Treadmill Training). PARTE I

Autoras:
*Élida dos Santos, Fisioterapeuta
**Nadia Cristina Valentini,  Mestre e Doutora. Professora da Disciplina de Desenvolvimento Motor da Faculdade de Educação Física da ESEF/UFRGS

Ao longo dos anos, a marcha humana tem sido estudada por muitos pesquisadores, a fim de entender seus mecanismos e suas propriedades, através de pesquisas realizadas na área de desenvolvimento motor e aprendizado motor. McGrow e Gessel (Thelen e Smith, 1993) fizeram estudos científicos, em que o desenvolvimento humano parte do domínio motor, associando o processo de maturação como o motor primário das mudanças desenvolvimentistas. Assim, Gessel e Ames (1940) descreveram 23 estágios e 28 sub-estágios do comportamento prono, e ainda estenderam os seus estudos para a atividade social e mental do indivíduo. McGrow fez um esboço das sete fases da locomoção ereta, e acreditava que as fases da locomoção e outras mudanças motoras foram dirigidas por mudanças no córtex motor e influências inibitórias nos centros cerebrais baixos.

Thelen e Corbetta (1996) reiteram que a coordenação e o controle do movimento são realizados por estes padrões dinâmicos, pois os movimentos emergem de ambos os modelos cooperativos. É o acoplamento de um conjunto de componentes que constituem o comportamento em si, quer dizer, a interação da atividade coletiva neural, muscular, esquelética, vascular (coordenação intrínseca) com a interação cooperativa natural com as limitações ambientais (coordenação extrínseca). Assim sistemas físico, químico e biológico interagem conjuntamente para a criação do movimento humano e para o seu desenvolvimento (PAYNE e ISAACS). Sendo então, a tarefa motora influenciada tanto qualitativamente, quanto quantitativamente, pelas condições naturais do ambiente, como a temperatura, iluminação, área de superfície e gravidade (HAYWOOD e GETCHELL, 2004).
Thelen e colaboradores (1996) sugerem que o movimento humano e suas mudanças podem ser vistas como um sistema de auto-organização.
O movimento é um produto da organização do sistema nervoso central, das propriedades biomecânicas e energéticas do corpo, das propriedades do organismo, do meio-ambiente e as demandas específicas das tarefas. As interações não são hierárquicas, ou seja, comandos do cérebro que o corpo responde, mas são amplamente difundidas heterarquicamente, ou seja, baseadas nas escolhas, auto-organizadas e não-lineares, que são caracterizadas por estados relativos de instabilidade e estabilidade. Assim, o desenvolvimento pode ser visionado como uma série de padrões que evoluem e dissolvem-se da estabilidade dinâmica variada, ou seja, ele é mais do que um marco para a maturidade.
Quanto ao desenvolvimento motor normal, a aquisição da marcha independente nas crianças típicas inicia por volta de 1 ano de vida e, segundo Thelen (1986), esta aquisição é conquistada após a maturação de oito componentes, ou seja, oito subsistemas principais, que farão com que a marcha independente venha à tona. Estes oito componentes são: geração de um molde ou modelo, diferenciação articular, controle postural, fluxo de sensibilidade visual, controle de tônus, força extensora, limites corporais e motivação. E se algum ou mais desses subsistemas não alcançar um nível crítico para desencadear esta aquisição motora, eles poderão agir no limite da média, segurando a ascensão de um novo comportamento motor (CLARK, 1995).  

O aprendizado do ficar em pé e locomover-se independentemente são uma das mais impressionantes proezas, pois a criança em seu primeiro ano de vida, gradualmente, aprende a rolar, a rastejar, a engatinhar, a empurrar-se para a posição de pé, e caminhar cruzado em volta do sofá. O aprendizado da marcha possui um sistema multidimensional, focado na coordenação, na posição do corpo, na força e na ativação muscular e, no tempo e na distância do ciclo da marcha (CLARK, 1995).

         A marcha humana é dividida em Fase de apoio, em que se subdivide em período de contato; médio apoio, e impulsão. Após temos a Fase de balanço ou duplo apoio, em que ela é iniciada pela retirada do hálux e concluída com o toque de calcanhar. Outra fase seguinte a esta é a do Período de contato, no qual ela inicia com o toque de calcanhar e termina com a retirada do hálux da outra perna. E finalizando o ciclo, o Período de médio apoio, em que inicia com o término da pronação (para dar a impulsão).
      A habilidade da marcha é um padrão complexo de ativação motora auto-organizado, porém quando ocorre um déficit, ou seja, uma lesão no sistema nervoso central há seqüelas para na organização motora. Uma lesão no neurôniomotor superior acomete os músculos, deixando-os contraídos, com alto controle cortical. Já uma lesão no neurôniomotor inferior resulta na flacidez muscular ou paresia, sem a habilidade para recuperar alguns movimentos (CEREBRAL PALSY AND LOKOMAT- LEARNING TO WALK).
        Uma dessas lesões ocorre com a Paralisia Cerebral. Ela é geralmente nomeada como um grupo de características de disfunções motoras, havendo um prejuízo não-progressivo do cérebro, no início da vida. É considerada também, como parte de uma disfunção contínua, que abrange uma subnormalidade mental até a mínima disfunção do cérebro (LEVIS, 2000).
        O principal problema da função motora das crianças com Paralisia Cerebral é o atraso ou impedimento do desenvolvimento motor, em que muitas ficam dependentes de cadeira de rodas ou alcançam um caminhar com baixo nível motor, caracterizado por uma velocidade baixa e um distúrbio do controle motor, em que resulta em muitas desabilidades, como por exemplo, na locomoção, em que apresentam dificuldade em dissociar os movimentos da perna. A diminuição da proeficiência e o desgaste energético no caminhar são alguns dos problemas enfrentados pela criança PC, além de haver uma baixa resposta de co-ativações musculares entre agonistas e antagonistas, diminuição do tônus, rigidez tendínea. Assim, para haver uma melhora nestas funções, os terapeutas utilizam manobras inibitórias no tônus; treinamento de equilíbrio postural; atividades na tarefa preparatória do passo, durante as posturas de engatinhar, sentar e ficar em pé (SCHINDL e col., 2000 e CEREBRAL PALSY AND LOKOMAT-LEARNING TO WALK!).

Assim, a habilidade motora do caminhar é relatada tanto em pesquisas para analisar o processo do caminhar em indivíduos típicos e atípicos, bem como, a intervenção motora propriamente dita, através da utilização da esteira ergométrica, com algumas adaptações, a fim de aprender ou reaprender a marcha em indivíduos com lesões neurológicas. Uma delas é a utilização da esteira ergométrica adaptada, BWSTT (Body-Weight-Supported Treadmill Training). E ela tem se mostrado com um recurso ímpar no reaprendizado motor da locomoção, pois ela permite uma otimização da estratégia da reabilitação locomotora, além de permitir a prática do padrão correto do passo cineticamente, de fornecer um suporte parcial no tronco, para manter um equilíbrio postural mais adequado. Esse tipo de treinamento ressalta o aprendizado motor de tarefa-específica, em que requer a repetição da habilidade motora, a fim de adquirir e reter o comportamento motor. Além do que, a colocação do arreio permite um maior controle postural e permite um controle sistemático e progressivo da marcha. Outra vantagem importante é que o fisioterapeuta consegue fornecer uma assistência manual para o paciente. Essa vantagem permite uma produção de um padrão de marcha mais normal, uma manutenção da posição ereta melhor, e assim uma maximização dos circuitos neurais supra-espinhal e espinhal. A BWSTT tem apresentado uma melhora bem maior na habilidade da locomoção, na função motora e no equilíbrio, do que nas técnicas de reabilitação convencional (CERNACK e col., 2008 e HORNBY e col., 2005).

Ver o texto completo:
 

domingo, 31 de julho de 2011




 INTERABILITA - FECI
Por Élida dos Santos
Sílvia Lemos Fagundes
Roberta Nascimento Leães

Caderno de Reabilitação - Ano7 - JULHO - 2011

O Projeto de Fisioterapia Neurofuncional
Pediátrica iniciou suas atividades,
em setembro de 2009, pela Fisioterapeuta
Élida dos Santos, junto ao Programa
Interagir, na tentativa de suprir a carência
de vagas das grandes instituições
de Porto Alegre, cuja média é de 3.000
crianças na lista de espera. Também teve
como objetivo inicial estruturar mais um
serviço de assistência social especializado
e de saúde às crianças portadoras
de necessidades especiais, que são mais que 3.640 entre crianças e adolescentes somente no Município de Porto Alegre, segundo dados do IBGE, Censo de 2000.

Com a atual Diretoria do Sport Club Internacional, a INTERABILITA passa a ser mais um Projeto da FECI (Fundação de Educação e Cultura do Inter), que desde 1976, tem como como finalidade atuar em ações sociais, culturais, educacionais e esportivas proporcionando ganhos a comunidade em geral.

A FECI é uma organização social não-governamental sem
fins lucrativos, fundada pelo Presidente Frederico Arnaldo Ballvé, oriundo da união de três departamentos existentes no Clube (o departamento cultural, a biblioteca e o Centro Feminino de Assistência Social).
 
Assim, o Projeto INTERABILITA, através das Fisioterapeutas voluntárias Élida dos Santos, Sílvia Lemos Fagundes e Roberta Nascimento Leães, visa fornecer aos portadores de necessidades especiais e suas respectivas famílias, uma atenção multi e interdisciplinar, na prestação de serviços providos de suportes técnicos relativos à Fisioterapia (reabilitação/habilitação das crianças e adolescentes), ao Serviço Social e Psicopedagogia.
 
A Fisioterapia Neurofuncional Pediátrica é um tipo de intervenção motora que deve ser constituída da criança, de sua família, e dos profissionais da área da saúde, bem como deve estar inserida na comunidade, na escola e no meio familiar(TECKLIN, 2002)
 
Do nascimento até os seis, sete anos de idade, é que se formam as bases para o crescimento saudável e harmonioso das crianças nas suas dimensões física, intelectual, social e emocional e do desenvolvimento da linguagem. Isso significa também dizer que défi cits intelectuais ou físicos ocorridos nesta etapa, notadamente na primeira infância, podem se converter em limitações anulativas, reduzindo as possibilidades de avanços das crianças nos níveis psicológicos superiores, mesmo que estímulos sejam oferecidos em etapas posteriores da vida humana (VYGOTSKY apud ALMEIDA et al., 2006).    
         
A condição imediata ao diagnóstico, feito o mais cedo possível nos primeiros meses de vida do bebê, com detecção de alterações no desenvolvimento sensório--motor, seguido de um conjunto de técnicas de intervenção terapêutica, leva a um tratamento ideal.       

A intervenção motora na criança atípica ocorre desde a fase inicial do desenvolvimento dela, também chamada de intervenção precoce, devido a fatores em que, durante a gestação deste bebê ou após o seu nascimento, até as fases subseqüentes deste processo de desenvolvimento. O objetivo da terapia motora precoce é facilitar a exploração contínua e seletiva de padrão de movimento, necessária para o comportamento movimento funcional. Este tipo de intervenção é baseado em intervenções intensivas altas, a fim de produzir resultados positivos (ULRICHe col.,2008).
 
A Fisioterapia Neurofuncional tem um papel importante na promoção, prevenção e reabilitação de crianças com disfunções como na Paralisia Cerebral, Síndrome de Dowm, Mielomeningolece, Autismo, Lesões de Plexos, Meningite, entre outras. A Fisioterapia tem como objetivos tem como objetivos bem defi nidos: Promover experiências normais de desenvolvimento; Reduzir o reforço ativo de padrões de movimento e posições anormais; Diminuir deformidades músculo-esqueléticas, congênitas e contraturas articulares adquiridas; Normalizar o tônus; Normalizar os movimentos, restabelecendo e estimulando as reações de endireitamento, reeducando os padrões centralizados dos movimentos (rotações) e reeducando os padrões recíprocos dos movimentos (coordenação e ritmo); Minimizar contraturas e deformidades Melhorar o equilíbrio, a marcha e sua capacidade respiratória.

O Projeto INTERABILITA também oferece, desde o ano passado, um programa de intervenção intensiva específico: O Programa de Treinamento de Marcha na Esteira Ergométrica com Suporte de Tronco às crianças e adolescentes com alguma dificuldade sensório-motora, com algum déficit no caminhar. É realizado uma vez por ano, durante cinco semanas de treinamento, em três vezes
na semana, no qual a criança é avaliada antes e após a intervenção. Os resultados deste treinamento apresentaram uma melhora do passo, da postura do tronco e do equilíbrio, na maioria delas.

Atualmente são assistidas 17 crianças de 1 a 14 anos, nos quais atendemos Paralisia Cerebral, Mielomeningocele, Síndrome de Down, Síndrome de West, Síndrome de Rett, Lesões Múltiplas Cerebrais, Seqüela de Meningite. Estas crianças e adolescentes são provenientes das Escolas Municipais Especiais (Eliseu Paglioli e Lygia Averbuck), da divulgação na revista do Inter.

Estamos em busca de parcerias para a melhoria dos atendimentos, para aumentar os horários de trabalho e, conseqüentemente, os números de vagas. Nosso atendimento é gratuito, todas as terças, quartas e quintas-feiras das 8 horas e 30 minutos às 11 horas e 50 minutos, no Parque Gigante.

Portanto, oferecer atendimento de qualidade é nossa missão. Bem como, a melhoria no seu desenvolvimento motor, abrangendo a interação com a família, a inclusão do em sua qualidade de vida, ou seja, promoção a saúde, proporcionando assim, condições de crescimento para o indivíduo social e participativo.
 1.Coordenação e equipe do Projeto:
1.1. Coordenadora Geral: Janice Cardoso
1.2. Coordenação da Psicologia: Lorena Boelter
1.3.Coordenação da Assistência Social: Débora Grosso
2. Responsável Técnica:
2.1. Élida dos Santos (preponente do projeto) – Fisioterapeuta- CREFITO/5 24807-F
3. Assistentes Técnicas:
3.1. Sílvia Lemos Fagundes – Fisioterapeuta, Mestre – CREFITO/5 14018-F
3.2. Roberta Nascimento Leães – Fisioterapeuta, Mestre- CREFITO/5 64691-F
4. Telefones:
4.1.Interagir: (51) 32304623
4.2. Parque Gigante: (51) 3230457
4.3.Salão do INTERABILITA: (51) 32304614
4.4.Fisioterapeuta Élida dos Santos: 96639873
4.5.Fisioterapeuta Sílvia Lemos Fagundes: 91274914
4.6.Fisioterapeuta Roberta Nascimento Leães: 91243882
5. Site ou correio eletrônico: http://www.feci.org.br/


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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Interagir News/junho 2011

Interagir News
Boletim de Notícias do Programa de Voluntariado Social do S.C. Internacional de Porto Alegre
Fisioterapia Neurofuncional
Mais um projeto do Interagir, junto à FECI (Fundação de Esporte e Cultura do Internacional)
Presidente da Fundação Educação e Cultura do Internacional (FECI): Cesardo Vignochi. 
Presidente: Giovanni Luigi (nova gestão)
Coordenação Pedagógica: Lorena Boelter
Coordenadora Geral do Interagir: Janice Cardoso


A reunião de integração e confraternização da          
fisioterapia neurofuncional foi realizada no Parque       
Gigante e foi importante para consolidar um trabalho
que vem sendo desenvolvido numa proposta específica
para portadores de necessidades especiais que
beneficia seus participantes. Este é mais um projeto
do Interagir, realizado através do Inter Social, junto
à Fundação de Educação e Cultura do Sport Club
Internacional (FECI).
A diretoria da Fundação de Educação e Cultura do
Sport Club Internacional (FECI) esteve visitando as
dependências do Interagir para conhecer os projetos
que são desenvolvidos através do Inter Social, no
qual muitas pessoas em vulnerabilidade social são
beneficiadas.